Em cada projeto da Inesplorato, nós, curadores de conhecimento, temos a oportunidade de testemunhar de perto diferentes práticas de nossos clientes (tanto aquelas evidentes quanto as silenciosas) e reconhecer a diferença que uma boa liderança traz para a qualidade das discussões e para o rumo dos negócios. Mas afinal, o que é uma boa liderança? Ou ainda, o que é uma boa liderança em 2024?

Depois de alguns anos (frustrados) trabalhando em multinacionais no início de minha carreira e mais de uma década aprendendo com a realidade dos clientes corporativos da Ines, posso dizer que nunca antes havia encontrado uma definição que me deixasse confortável e segura para responder a essa pergunta. Até agora.

Recentemente, chegamos na Inesplorato ao conceito de liderança insurgente. Inconformados com a distância entre as práticas corporativas e os problemas do mundo, líderes insurgentes sabem criar, decidir e engajar de modo crítico, fora do piloto automático, perseguindo sempre os melhores resultados, para negócios e para sociedade, de forma inseparável.

Para aterrisar um pouco mais esse conceito, conheça abaixo alguns exemplos de comportamentos sabotadores e impulsionadores, práticas que inibem ou impulsionam, respectivamente, o exercício da liderança insurgente.

Comportamentos Sabotadores:

  1. Enxergar o trabalho apenas “pra dentro”: tomados por pressões internas de negócio (sabe o ppt impecável que você precisa criar para apresentar ao board?), líderes podem facilmente perder de vista questões externas maiores, como o impacto das mensagens da marca ou dos produtos com os quais trabalha em determinado contexto social.
  2. Focar excessivamente na marca pessoal: acontece quando líderes assumem uma nova posição mais preocupados em deixar a sua marca individual no curto/médio prazo do que em desenvolver estratégias longevas para o negócio e sociedade.

Comportamentos Impulsionadores:

  1. Encontrar a intersecção entre o bem comum e prioridades do negócio: líderes insurgentes sabem diagnosticar necessidades estratégicas do negócio e rapidamente as cruzam com questões sensíveis de ordem ética, cultural, política, biológica e social (tanto assuntos quentes quanto aqueles que deveriam ser debatidos, mas são neglicenciados pelo mercado). Se informam para além dos assuntos de mercado e trazem debates críticos da sociedade para as decisões de negócio.
  2. Equilibrar viés prático com problematizações necessárias: líderes insurgentes criam espaços seguros para times questionarem decisões e trazerem pontos de vista que levem em conta o bem coletivo, sem se perderem na pressão por resolver os problemas no calor do imediatismo. A insurgência convoca lideranças a unir duas funções de pensamento: o lado solucionador e o problematizador.

Enquanto a sociedade como a conhecemos hoje continuar existindo, empresas seguirão desempenhando um papel crítico na formação do repertório coletivo, podendo afetar a vida de milhões de pessoas de forma positiva ou negativa. Como você enquanto líder pode jogar a favor dessa balança?

Meu compromisso, enquanto curadora de conhecimento e líder dentro da Inesplorato, é que a sensação de impotência dos líderes de empresas ao buscar fazer a diferença no trabalho possa dar cada vez mais lugar ao potencial criativo e transformador da insurgência.

É claro que para chegar lá, líderes dependem também de transformações na cultura e estrutura organizacionais. Mas para dar o pontapé nesse movimento, que tal unir forças com outros profissionais para juntos aprenderem habilidades críticas ligadas à liderança insurgente no na segunda turma do curso de liderança insurgente da Inesplorato? Chegou a hora de dar uma boa chacoalhada no mercado.

Te espero lá!