Publicado em 20/09/2022
Nos últimos 12 anos, nós aqui da Inesplorato estivemos imersos no complexo ecossistema informacional das empresas. Como curadores de conhecimento, sentimos na pele os desafios de promover reflexões de qualidade no meio da correria do dia a dia corporativo. Entre os muitos desafios que enfrentamos, compartilhamos aqui 3 problemas que pouca gente enxerga, mas que contaminam o modo de agir de milhares de líderes.
E por que isso é um problema? Porque existem assuntos importantes que são difíceis, que exigem esforço para serem compreendidos e que serão diminuídos para serem tratados de forma fácil, perdendo potencial de transformação. Em tempos de longas jornadas de trabalho, com conexão ininterrupta, é compreensível que isso esteja acontecendo. Afinal, estamos todos cansados e com pouca disposição mental.
Este texto, por exemplo, está organizado em forma de lista, quase em bullet points, porque esse é o modo que nos acostumamos a ler assuntos do universo corporativo. Textos complexos, que exigem muita atenção, correm sempre o risco de serem sumariamente ignorados. No Brasil, um país cheio de complexidades, essa situação é perigosa. Os problemas, quando lidos de forma simplista, são mal compreendidos, e como consequência as soluções encontradas raramente são reais e consistentes.
A generalização de experiências individuais é uma epidemia corporativa. É muito comum que mesmo os profissionais mais preparados olhem para os desafios de suas empresas a partir de lentes pessoais. Por isso, existe sempre a expectativa de que uma nova informação “faça sentido”, ou seja, que ela esteja em conformidade com o que a pessoa já pensava antes, alinhada a uma visão de mundo particular. E como o universo corporativo costuma ser pouco diverso, ilusões coletivas são compradas, as lentes particulares ficam em sintonia e tudo parece fazer sentido para todo mundo.
Mas consensos podem ser perigosos. O grande problema que esse comportamento cria é uma sequência de decisões equivocadas que partem de realidades distorcidas. E pior, decisões que muitas vezes nunca serão vistas como erradas. Quando projetos não se desenvolvem como o esperado, quando os resultados não chegam, é muito raro que se questione a base de informações que foi usada como ponto de partida. Afinal, aquela base “fazia sentido”.
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos em 2018, nós, brasileiros, temos uma visão muito distorcida de nossa realidade. Estamos em quinto lugar em um ranking mundial que mede essa desconexão, perdendo para Tailândia, México, Turquia e Malásia. No final de 2018, por exemplo, enquanto as pessoas acreditavam que a taxa de desemprego batia os 60%, na verdade o número real era de 13%.
Vejam, a humanidade nunca produziu tanto conhecimento como produzimos hoje, e falta de informação é um problema cada vez mais raro. No entanto, precisamos estar abertos a ver o que não esperávamos para que essa explosão de informações nos ajude a evoluir. O óbvio serve apenas para justificar aquilo que já acreditamos.
Teoria e prática são dois conceitos que se relacionam de modo promissor no universo acadêmico. É comum que ideias, perspectivas e dados sobre determinado tema sejam estudados para que práticas possam ser aprimoradas. Mas, no mercado, a teoria virou vilã: líderes das mais diversas áreas se interessam apenas pelo que parece concreto e produtivo, palavras que estão associadas apenas ao que é prático. Agora, imagine a seguinte situação: você vai ao médico e ele diz que você precisa fazer uma cirurgia sobre a qual ele nunca estudou, mas que ele está disposto a descobrir um método na prática… Então, você toparia ser operado por ele? Você deixaria o médico soltar a criatividade e colocar a mão na massa sem preparo teórico? Pois bem, isso é muito comum no universo corporativo. Discussões teóricas, debates e aprofundamentos em diferentes assuntos são vistos como papo de acadêmicos chatos que não leva a lugar algum. E, assim, o mundo corporativo se torna cada vez mais cheio de achismos, de mediocridade e superficialidade.
Na Inesplorato batalhamos contra esses erros. Ao longo de nossos projetos, dialogamos com nossos clientes na busca por rotas alternativas que nos permitam abrir espaço para o que é complexo, superar vieses pessoais a partir de dados da realidade e teorizar sempre que for preciso. A gente acredita que o conhecimento é essencialmente desconfortável enquanto se forma, mas que os resultados de uma jornada de aprendizado bem feita sempre recompensam quem tem coragem de segui-la. Vamos com a gente?
Até mais,
Sócia Fundadora da Inesplorato
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